MET de Nova York abre refúgio para arte africana

Após quatro anos de extensas reformas, o Metropolitan Museum of Art ( MET ) na cidade de Nova York reabre sua ala de artes africanas amanhã em meio ao debate sobre a restituição de obras aos seus países de origem.
Com a renovação da Ala Michael C. Rockefeller , os curadores do Met buscam mostrar a complexidade da arte de um continente imensamente diverso e destacar seu valor como comparável ao de outras tradições artísticas, explicou Alisa LaGamma, curadora da seção.
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Mais de 179 culturas estão representadas nas 500 peças de arte africana em exposição, com uma escultura monumental Dogon dando as boas-vindas aos visitantes em uma galeria espaçosa e iluminada.
Ao lado, há uma figura de barro, com o corpo encolhido, da antiga cidade de Djenné-Djeno, no atual Mali, que é uma das peças mais antigas, datando do século XIII.
A arte da África Subsaariana é organizada em capítulos, o que permite uma melhor distinção entre diferentes culturas. “Não queremos que as pessoas simplifiquem demais sua compreensão de uma história extremamente complexa”, disse LaGamma.
A ala, que também abriga arte da Oceania e da América pré-colombiana, foi inaugurada em 1982 graças a uma doação da coleção do ex-vice-presidente dos EUA e filantropo Nelson Rockefeller.
Segundo LaGamma, essa coleção tomou forma após a independência de muitas nações africanas, diferentemente de outras reunidas em contextos coloniais, o que lhe confere um peso diferente.
A reabertura, que envolveu um investimento de US$ 70 milhões, ocorre em um momento em que grandes instituições culturais enfrentam crescentes questionamentos sobre as origens de seus acervos.
Viagem a origens distantesUm terço das obras africanas agora em exposição são novas aquisições, incluindo uma doação de milhares de fotografias da coleção Artur Walther. Os destaques incluem autorretratos da série African Spirits do fotógrafo camaronês-nigeriano Samuel Fosso, que retrata figuras históricas como Patrice Lumumba, Nelson Mandela, Mohamed Ali, Malcolm X e Angela Davis.
O público também poderá aprender sobre locais culturais icônicos do continente africano por meio de uma dúzia de filmes da artista etíope-americana Sosena Solomon, que retratam os atuais desafios de conservação em lugares como as pinturas rupestres de Tsodilo, em Botsuana, e os túmulos reais de Buganda, em Uganda.
“Em um museu como este, é importante ter pinturas rupestres em exposição porque elas mostram que o que admiramos hoje, como a arte europeia ou medieval, também tem uma história antiga”, explicou Phillip Segadika, curador do Museu Nacional de Botsuana e participante do projeto.

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