Retrocesso para o governo Trump: ativista pró-Palestina Mahmoud Khalil está livre novamente

Chalil é cidadão argelino e possui um green card americano. Sua prisão foi manchete em todos os EUA.
(Foto: AP)
Em março, o ativista pró-palestino Mahmoud Khalil foi preso em sua casa. O governo americano pretende deportá-lo apesar de seu green card, citando uma lei raramente utilizada. Um juiz ordenou sua libertação.
Um juiz americano ordenou que o governo do presidente Donald Trump liberte o estudante e ativista pró-palestino Mahmoud Khalil, que está detido pela imigração desde março. O juiz federal descreveu a tentativa do governo de manter Khalil detido como "muito, muito, muito incomum", segundo a NPR. As acusações restantes contra Khalil não exigem sua detenção.
Chalil agora foi autorizado a retornar a Nova York após pagar fiança durante seu processo de deportação. Ele já deixou o centro de detenção em Jena, no estado da Louisiana, no sul do país. Como visto em imagens de televisão, ele usava um lenço palestino.
"Depois de mais de três meses, podemos finalmente respirar aliviados sabendo que Mahmoud está voltando para casa", disse sua esposa, a cidadã americana Noor Abdalla. Ela acrescentou que a decisão "não chega nem perto" de reparar as injustiças que o governo Trump infligiu à sua família. Abdalla teve que dar à luz o filho do casal em Nova York em abril, sem o marido, porque as autoridades de imigração dos EUA (ICE) negaram a liberação temporária de Khalil para o parto.
Khalil, natural da Argélia, foi um dos rostos mais proeminentes dos protestos contra a guerra na Faixa de Gaza na Universidade de Columbia, em Nova York. O governo americano o acusa, entre outras coisas, de distribuir panfletos com o logotipo do Hamas no campus da universidade. Seus advogados negam as acusações. Khalil foi preso por agentes do ICE em sua casa no início de março, apesar de possuir uma autorização de residência permanente nos EUA, o chamado "green card", e ser casado com uma cidadã americana. Ele foi transferido para um centro de detenção no estado da Louisiana, no sul do país.
Governo dos EUA usa lei da era McCarthyO caso vem causando comoção nos Estados Unidos há meses. Foi a primeira prisão anunciada publicamente de um ativista pró-palestino durante o mandato do presidente americano Donald Trump — desde então, outras se seguiram.
No caso de Khalil e de vários outros ativistas pró-palestinos que tiveram seus vistos americanos revogados, o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, cita uma lei aprovada na década de 1950, durante o auge da luta contra os comunistas sob o presidente Joseph McCarthy nos Estados Unidos. Ela permite a deportação de estrangeiros considerados opositores da política americana. Rubio argumenta que a proteção da liberdade de expressão consagrada na Constituição dos EUA não se aplica a estrangeiros. O tribunal declarou essa prática presumivelmente inconstitucional.
Um advogado do Departamento de Justiça disse à CBS News que o governo provavelmente recorrerá da decisão. Ainda não está claro se isso também levantará novos motivos para detenção.
Fonte: ntv.de, ino/AFP/dpa
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